quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Pequenina Liz...

Ela chegou assim, meio desconfiada, pequenininha, assustada. Deveria estar pensando: quem são essas pessoas? Será que elas irão gostar de mim?
E foi assim, amor a primeira vista.
Já tinha um nome: Liz!
Cabia na palma da minha mão, aquele pedacinho de "gente", peludinho e com o olharzinho de quem pedia colo.
Dormiu ao meu lado, numa caminha e nem chorou. Parecia que logo nos primeiros momentos se sentira bem no novo lar.
Sempre meio desconfiadinha, tentava fazer bagunça, normal como os filhotinhos.
Por várias vezes fez xixi pela casa, mas logo aprendeu onde deveria fazer seus xixizinhos e cocozinhos.
Aprendia tudo com mta facilidade. Logo se via que era uma "menina" mto inteligente e disciplinada.
Tinha medo de descer as escadas, mas a coragem e a curiosidade deixaram o medo de lado e, patinha por patinha foi descendo os degraus. E subia correndo, igual um foguetinho.
Aquela bolinha de algodão...
Foi crescendo e se encantou com as Havaianas. Corria pela casa com o chinelo na boca, armando uma luta ferrada com ele e se delirando de tanto brincar.
Conheceu o fantástico mundo das bolinhas de tênis.
Seus dentinhos, já permanentes, enchiam-se de fios amarelos com a destruição das bolinhas.
Mas não largava as Havaianas...
Depois, vieram as bolinhas coloridas.
Era uma festa só! Corre p lá, joga bolinha, pega, traz de volta, joga de novo e se deixasse seria assim o tempo todo.
Não se cansava.
Odiava amarelo. Todas as bolinhas amarelas ela destruía. Depois dizem que eles enxergam apenas preto e branco...
Ganhou seu primeiro "ossinho".
Segurava-o com as patinhas e comia seus pedacinhos até machucar a boquinha e mesmo assim, continuava "lambendo os beicinhos".
Teve sua primeira crise epiléptica... quase matou a gente de susto. E a partir daí teve que tomar Gardenal atééé... até o dia de deixar esse mundo.
Se acostumou rápido com o remédio e aprendeu a vomitar no vaso. Isso, ela vomitava no vaso sanitário.
Era a mais linda de toda a vizinhança.
A mais charmosa, metida, manhosa e amada!
Foi crescendo e já se sentia a dona do pedaço. E era mesmo! Passeava na rua desfilando seu jeitinho incomum.
Adorava cavalos. Qdo eles passavam na rua, saia correndo e ia p sacada latir p eles. O mesmo fazia com as crianças que iam p escola.
Aprendeu a resmungar! Tudo que se falava com ela, resmungava (puxou a avó!).
Durante o dia enrabichava-se com a avó, onde uma ia a outra ia atrás. Dormiam juntas, acordavam, faziam bagunça e depois iam comer.
Ela esperava seu pedacinho de "ossinho" todos os dias.
Era condicionada a esses "ossinhos".
A noite, não desgrudava do avô. Assistiam novela juntos, ficavam juntos no computador e assim que a novela das "oito" terminava, ela já estava esperando na beira da escada p seu passeio noturno.
Todos os dias! E ia feliz passear e encontrar alguns amiguinhos. Depois dormiam juntos.
Mas qdo eu estava lá, era a mim quem ela escolhia! E a gente se esbaldava!
Acordava todos os dias e depois de dar bjinhos, já pegava alguma bolinha (ela escolhia a que iria brincar naquele dia) e ficava com a bolinha na boca o dia inteiro.
Jogava a bolinha, corria, pegava, jogava de novo e não se cansava.
Acompanhava na hora do banho. Pegava a bolinha e mordia junto com o tapete do banheiro, fazendo uma farra danada!
E era assim... todos os dias!
Cativou a todos com o seu jeitinho único!
Fazia charme na webcam, como se tivesse vergonha, mas no fundo, era uma danadinha!
Não gostava de fotos, fingia ser tímida, mas todas as fotos ela sorria!
Esperava o almoço terminar para comer o arrozinho no guardanapo e com as patinhas na mesa.
Era o sucesso do pet shop qdo ia p banho.
Voltava toda serelepe e ainda ia mostrar p outros cachorros que ela estava linda!
Exibidinha! Nisso, ela puxou a mãe!
E desse jeitinho o amor só aumentava, era a rainha da casa e sem ela tudo ficava estranho, mas sabia-se, logo ela estaria de volta, preenchendo o lar que tanto a amava!
Até que chegou o dia... Maldito dia! Dia que dói, que parece um pesadelo, que espera-se pela sua volta...

Pequenina Liz, pequena flor, que tanta alegria nos deu, saibas que fostes mto amada e que nenhum outro cãozinho irá substituir-te. Tu fostes especial, diferente de todos que já conheci.
Amamos a tua antecessora, Kelly, que tbm dói a lembrança.
Sei que ela te recebeu no Céu como uma irmã, pois foi amada igual a ti.
Pequenino "gudão", o vazio que deixastes nunca será preenchido.
Teus lacinhos, tuas bolinhas, teus vestidinhos, tuas mantinhas, teu perfume estarão esperando pela sua volta.
Estou tentando fazer com que Deus leve algo em troca e devolva-te p nós.
Se não acontecer, nos encontraremos um dia, pois nossas almas estarão juntas.
Essa dor não vai passar e as lembranças estarão sempre nítidas.
Por que tu não me esperastes?
Só queria poder abraçar-te dormir mais uma vez contigo. Seria pedir mto?
Mas eu entendo, filhinha. Pelo menos tento entender.
Deixastes saudades há mtas pessoas...
Descanse em paz e olhe por nós no seu Céu.
Sejas feliz como fostes aqui. E nunca esqueças, amamos mto vc florzinha mimosa!

Bia...