terça-feira, 1 de março de 2011

Contraditório

Feita de pares opostos, ela nunca foi igual às outras.
Ela é dia e noite.
Preto e branco.
Quente e frio.
Alegria e tristeza.
Choro e sorriso.
Gosta de ser intensa em tudo, o meio do caminho não agrada.
Paixão e desprezo.
Amor e ódio.
Desejo e repúdio.
Claro e escuro.
Tempestade e calmaria.
Sensatez e loucura.
Dizem que é pimenta da boa.
Às vezes é tão doce que mela.
Azeda o bastante pra estragar o dia.
Amarga o suficiente pra não querê-la provar.
Euforia e infortúnio.
Barulho e silêncio.
Reservada e exibicionista.
Rasteja e voa tão alto que não se pode enxergá-la.
O brega e o chique.
Ostentação e humildade.
Útil e inútil.
Vida e morte.
Verdade e mentira.
Demônio e anjo.
O 8 e o 80.
180º e 180º.
Par e ímpar.
Cheia e vazia.
E a paz e o desespero.
Não a peça pra ser parte, ela só sabe ser inteira, senão, ela não existe.
Tudo e nada.
Céu e inferno, nunca purgatório.
Transparente e obscura.
Nítida e fosca.
Frente e verso.
Não se acostumou a parar no meio do caminho.
É o triunfo e a derrota.
O medo e a coragem.
O melhor sonho e o pior pesadelo.
O feio e o bonito.
O lixo e o luxo.
Corpo e alma.
Pecado e pureza.
O perdão e o rancor.
Dor e alívio.
Sol e lua.
Chuva e estrela.
E o prazer e a frustração.
Disciplina e irresponsabilidade.
O grito e o sussurro.
Não gostava da adolescência, é criança e adulta.
Menina e mulher.
Sapeca e comportada.
Tímida e atirada.
Quieta e agitada.
Verão e inverno.
Primavera e outono.
Seca e molhada.
Funda e rasa.
Boa e má.
Ela te cura e te machuca.
Pervertida e pudica.
Aceita e rejeita.
Libido e destrudo.
Verso e prosa.
Falante e calada.
Irritante e apaixonante.
Ela é o sim e o não.
E sendo sempre assim, nunca será um talvez.

Bia Flor