segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O tempo certo


Tudo, simplesmente tudo, tem um tempo certo de acontecer as coisas na nossa vida. Não adianta querer pular etapas. Não adianta querer passar a impressão de ser uma pessoa adulta, se você ainda é sub 20 ou tem 20 e poucos anos. (Cientificamente comprovado que o homem só forma sua personalidade a partir dos 30 anos). Sempre foram menos maduros que as mulheres.

Por mais madura que você seja, não é mulher ainda, e muito menos homem. Mesmo que tenha passado por milhares de dificuldades as quais fizeram você crescer à duras farpas. Não pule etapas
Eu pude aproveitar as etapas todas nos lugares certos, com as pessoas certas (ou não) e numa época em que não havia tanta tecnologia e nem tanta maldade assim. E continuarei deste exato jeitinho. 
Minha adolescência foi mágica, com direito a viagens de férias com amigos, com direito a uma educação rígida e sem modernidades, viagens sem safadezas e intenções grotescas. 
Tive o privilégio de viver a época da "loucura" quando todos eram "loucos" e sem ter que usar alguma coisa ilícita. 
De ser ícone de uma geração. 
A fase de não ser tão interessante, ser vazia e fútil. Ser até meio irresponsável, mas tudo na hora certa. Sim, existe hora certa. 
Não deixei de aproveitar meus últimos anos de faculdades com amigos que jamais pensei que não veria mais. Das conspirações mais ridículas com as amigas. Não deixei de aproveitar a fase de ser ridícula. 
Tive diários, alguns descobertos, outros secretos até hoje. Não deixei de ser menina quando tive que ser e, agora não deixo de ser mulher. 
Não é simples, às vezes acabo me confundindo porque tenho o privilégio de parecer muito mais nova do que a idade de fato. Isso porque não precisei usar quilos de maquiagens e nunca tive problemas de pele. Hoje em dia, você sai de casa às 7 horas da manhã e a meninada está toda maquiada parecendo um palhaço. Vejo as adolescentes na porta dos colégios todas produzidas e na noite tentam se passar por mais velhas, e se tornam mais velhas aparentemente. E acabam se entregando para qualquer um sem pudor algum, sem se preocupar com o seu corpo porque precisam mostrar que são "mulheres independentes" donas de si sem o menor prazer de viver a real idade. 
Não interessa mais a tal virgindade. Hoje só é interessante a falsa, mas nem tão falsa assim, mulher precoce. 
Há quem diga que eu seja velha. Velho é o preconceito!! 
Velha e a sua vontade de querer estar comigo e não ter coragem de assumir o que sente. Se perder num mundo de garotas acessíveis pela tecnologia, onde as pessoas plantam o perfil que mais atrai, só que no "teti a teti" quase sempre tudo munda. Não existe a coisa mais gostosa, a química, o frio na barriga, as mariposas ou borboletas no estômago.
Essa fase foi esquecida pela pressa e pela tão famigerada "conquista de territórios". O jogo!! 
Meu corpo não está a venda, muito menos minha mente, minhas convicções e princípios. Se um dia eu fui sua, e disse que fui só sua, não estava mentindo, porque meu corpo é uma jaula. É trancado, é sagrado, é de um só. 
Meu corpo não é perfeito, não pretendo ser perfeita, mas quem está comigo tem a sorte de ser único. 
Acabou há anos a fase do "eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também". Já sei namorar, já sei amar (na minha simples concepção de amor) e aprendi a ser de um. E mesmo assim, esse um não tem total liberdade sobre mim, eu dito as minhas regras porque sou respeito e imponho respeito. 
Como disse na abertura do outro texto que não é totalmente meu, mas agora de uma maneira mais detalhada: 
Para as mulheres sim, para as "meninas" tanto faz. 
Num mundo onde o sexo é bastante acessível,  a essência se torna o sex appeal de tudo. 
Cada final de semana ou feriado com uma mulher diferente que mal se conhece, (ou até não se conhece), não é mais significado de garanhão e sim, de que está se tornado um mané inseguro, complexado e vazio, que precisa exibir suas conquistas descartáveis, com tal desespero para que seja aceito como o tão almejado "macho alfa", mas que causa repulsa em vez de atração. E quando a relação começa a ficar menos vulnerável, aparece com a desculpa mais esfarrapada e velha do mundo - não quero um compromisso sério agora. 
Claro, não tem culhão para assumir uma mulher que não aceita ocasionalidades. 
Seja um sujeito encantador e não um falso pegador sem controle de qualidade. Isso não chama a atenção de uma mulher. 
Também não vou dar o caminho das pedras descrevendo o que as MULHERES estão querendo. Tente descobrir, todo mistério, é gostoso. "Uma jujuba de cada vez".
Deixe essa previsibilidade de curtidinhas esporádicas nas fotos das "gatinhas" nas redes sociais só para garantir o lanchinho daqueles dias tediosos. Algumas caem nessa... Daí entra a questão de aproveitar cada fase no tempo exato. 
E por fim, trate a SUA mulher como se ela fosse ÚNICA e a ÚLTIMA da sua vida. 
Não é questão de exclusividade e sim de maturidade. FAÇA PAPEL DE HOMEM  e honre as calças que você diz usar. 
Assuma suas vontades e não se esconda como um menino chorão com medo do bicho papão. 
E meu caro, se você não aproveitou no tempo certo, não queira aproveitar tudo como se o mundo fosse acabar, se queimando e se expondo aos quatro ventos, e muito menos fazendo das suas "conquistas" um troféu, porque isso é ridículo. 
E lembre-se, meu corpo é e sempre será uma jaula e eu só irei me libertar se for para dançar com o escolhido.

"You're standing next to me
My minds holds 
My body is a cage
We take what we're given
Just because you forgotten
That don't mean you're forgiven"

Bia Flor 

Música - My Body is a Cage - Arcade Fire