Ela sempre foi uma sonhadora.
Desde bem pequenininha tinha seu mundinho mágico e não foi pq virou uma mulher que deixou esse mundinho p trás. Pelo contrário, sempre se refugia nele e viaaaaaaaaaaaaaaaaja.
Qdo era pequena, sempre dizia que não queria ser mãe, mas se caso acontecesse, faria cesariana... Acreditava na cegonha, seria menos dolorido.
Acreditava que as férias no sítio com os primos eram as mais legais do mundo, mesmo todo ano se repetindo a mesma coisa. E eram as melhores sim! Sempre irá se lembrar do escorregador na beirada da piscina enorme. Dos dias chatos de chuva em que tinham que ficar disputando a rede. Das brigas, dos machucados, das brincadeiras de mau gosto e do suco de limão no copinho colorido de plástico.
Eram, realmente, as melhores férias.
Acreditava qdo voltava das férias e ainda tinham os primos de fora p continuar a bagunça, que brincar na rua de pique-esconde e se esconder com o primo mais gatinho, era amor de infância. E era! Sensação de coração batendo forte por estar perto e a tristeza de qdo tinham que se despedir, mesmo sabendo que o primo não sabia que ele era o seu amorzinho e, nem imaginando que ela era o amorzinho de infância de outro primo.
Aquela ciranda, que gostava de, e gostava de, e gostava de e se casou com quem não tinha nada a ver com a história. E era feliz!
Acreditava tbm que namorava o Luciano do "Trem da Alegria". E passava hoooooooooooras olhando p capa do disco de vinil imaginando que tudo aquilo iria se tornar real. Hj, nem se ele quisesse, ficaria com ele. Rsrsrs
Acreditava que qdo chegasse a idade adulta iria ser dentista, mesmo morrendo de medo até hj de ir ao dentista. E não é por isso que deixa de ter um dos mais belos sorrisos que já viu. Só que se formou em outras coisas, nada de motorzinhos, anestesias e cheirinho de consultório dentário.
Acreditava que o primeiro namorado seria p sempre, mesmo sendo ela quem terminou o primeiro namoro. E sem direito a explicação da parte dele. Menina malvada! Acho que ele virou frei. Não, ela não o traumatizou. Ah, como ela mudou nesse quesito!
Acreditava que aos 22 anos estaria casada. E os 22 anos foram os mais badalados da vida dela. Tantas festas, tanta gente nova, tanta coisa p conhecer...
Acreditava que antes dos 30 seria mega bem sucedida, mais ou menos tipo João Dória, Roberto Justos em "O Aprediz". Rsrsrs
E quem disse que não se tornou bem sucedida?
Sonhava com o princípe encantado, mas sempre foi mais feliz ao lado dos rapazes mais complicados. Complicados por serem mesmo complicados, ou por serem mulherengos, canalhinhas ou por estarem distantes e serem "bons" mocinhos.
Acreditava que tinha um filho, postiço, e tinha... Nisso ela ainda acredita e o olhar fica triste.
Ainda acredita que esse abraço irá se concretizar. Mesmo se for p abraçá-lo no dia em que se formar na faculdade. O filho eterno.
Acreditava que seria uma bailarina melhor que Ana Botafogo e mais bonita. Só não sabia que o tornozelo iria trai-la.
Acreditava que amigos não machucariam seu coração. Mas existem pessoas que têm a índole ruim e se passam por amigos. Mesmo assim, acraditava neles.
Acreditava que teria os mesmos amigos p resto da vida. Conheceu mtos outros, uns ficaram, outros apenas passaram e alguns, ela fez questão de expulsá-los da vida. Mas os amigos de infância e aqueles mais especiais serão eternos.
Nunca imaginou que pudesse viver no mundo se virando "sozinha". E não é que deu conta!
Só que até hj não encontrou seu porto seguro, e as vezes pede colo p pais, como nos tempos em que acreditava na cegonha e em tudo que era colorido, doce, feliz, cheio de risadas, brincadeiras, amores de infância, joelhos ralados, cabelo embaraçado, sujeira de terra de rua, cheirinho de banho antes de dormir e soninho dos justos mto bem protegida, depois de um dia cheio de bagunça e faz de conta.
Ela acreditava... E ainda irão existir mtos acreditar pela frente, mesmo sabendo que a maioria não passava de sonhos e fatos que não voltam mais ou não existiram.
Quem sabe um dia?
Vai ser sempre assim, esse mundinho mágico que é o imaginário e a vida real.
Bjinhos,
Bia Flor