quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Nem título tem...

Sabe aqueles dias que num certo momento dá vontade de desabafar tudo que tá entalado com a primeira pessoa que vc se encontra? Pode ser até mesmo um desconhecido. De preferência um desconhecido.
Os segredos mais bem guardados.
Os pecados mais sórdidos.
Os pensamentos mais insanos.
As vontades mais bizarras.
Os desejos mais impossíveis.
As coisas mais malucas...
Ninguém iria te condenar por nada, vc estaria apenas desabafando. Dividindo o seu "eu" com uma pessoa, apenas uma.
Só que vc tá sozinho, com uma puta preguiça de ligar p alguém, de tc no MSN, de enviar um e-mail, cansado da sua vidinha "more less".
Chega a conclusão de que se acostumou com a solidão. Mesmo tendo com quem conversar em casa, falta força p emitir o som de uma única palavra.
Nem com a estrelinha vc fala mais...
Será que me tornei cética?
Já nem sei o motivo de estar escrevendo aqui... Talvez, tentando desabafar nas entrelinhas alguma coisa que eu finjo não saber o que é. Mesmo tendo a convicção de que fingir não é o meu forte.
Vida de areia repleta de medo.

Bia Flor


"No rastro do seu caminhar
No ar onde você passar
O seu perfume inebriante
Pendura o instante
A rua inteira a levitar
Me abraça e me faz calor
Segredos de liquidificador
Um ser humano é o meu amor
De músculos, de carne e osso, pele e cor"

[Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte, Cézar Mendes]

domingo, 22 de agosto de 2010

Meras lembranças

Domingo, dia que ela já gostou tanto, e se tornou um dia amargo.
Ela se tornou meio amarga, descrente, desanimada...
Ainda não perdeu o encanto, continua "irritantemente apaixonante", mas o tempo passou. Lá fora pode estar tudo igual, dentro dela mta coisa mudou.
Dizem que ela é divertida, talvez seja mesmo, só que não se sente assim. Principalmente aos Domingos.
Não sabe se seria melhor uma ressaca de nem conseguir se levantar da cama ou estar totalmente lúcida e ver o dia se arrastar deixando rastros de solidão pelo caminho.
Falta vontade de quase tudo.
Do messenger que já foi tão amigo, de telefonar p alguém e jogar conversa fora, de sair de casa e se encontrar com alguns raros amigos que restaram nesse lugar, de ficar deitada na cama olhando p teto, de ver TV e até de escrever.
Acredito que a única vontade seria ter uma máquina do tempo ou um teletransporte.
Voltar a ser criança e ficar nesse mundo mágico por mto tempo, momento da "Síndrome de Peter Pan".
A única conclusão que consegue chegar é que crescer dói! E como dói!
Como era boa a época em que se apaixonava pelo gatinho do filme, da TV e suspirava profundamente acreditando que um dia iriam mesmo se encontrar.
De ganhar um brinquedo sem ser uma data especial ou até mesmo nas datas comemorativas.
De chegar em casa toda machucada de tanto se esbaldar na rua e ainda levar aquele sermão dos pais e algumas chineladas (proibidas por lei hj em dia. Nunca se traumatizou por causa disso e aprendeu mto com elas).
De espalhar todas as Barbies pela casa, montar todos os acessórios e fazer uma bagunça enorme com as amigas.
Das risadas sem fim com os primos.
Das férias de verão.
Da escola.
Dos Domingos em que passeava pela avenida de mãos dadas com os pais.
Das revistinhas em quadrinho. Amava a Luluzinha, Bolinha, Aninha...
Do cheiro que a infância tinha...
E de mais um tanto de coisas boas que só se voltasse no tempo, poderia viver novamente.
E assim vai passando esse dia de Domingo, com lembranças e mais lembranças, alegres e tristes, mas que continuam nítidas na memória.

Bia Flor

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Aquele lugar

As vezes, sem que espere, se pega pensando no passado. No passado distante e no passado mais presente.
Algumas lembranças a deixam com mta saudade.
Saudades daquela cidade, é o que ela mais tem sentido.
Saudades daquele tempo, das boas risadas, das brigas e das reconciliações (coisas de amigas).
Saudades de tantas coisas...
Naquela época tudo era novidade.
Sair de casa p morar na Capital com amigas era o máximo, mas dava aquele friozinho na barriga. E se não desse certo?? Teria que enfiar o rabinho entre as pernas e voltar p casa.
E deu certo, deu errado, deu certo, errado de novo e até hj dá certo e errado.
Mas sentiu saudades de um lugar que não imaginava que fosse mexer tanto com ela.
A entrada daquela cidade.
O shopping logo de cara.
A Avenida.
A Praça.
O ônibus.
O prédio.
O apartamento.
Tantas coisas...
Aquele lugar ainda guardava uma certa magia.
Seus olhos encheram de lágrimas.
Quem sabe voltaria a morar lá mais uma vez??
Não seria como antes, mas sentia que aquele lugar ainda a esperava de braços abertos.
Tanto tempo se passou, e lá estava ela novamente, indo p seu primeiro lugar longe dos pais.
Não deixou de sair do Estado, mas aquele lugar a inspirava de uma maneira esquisita.
Ela com seus sentimentos contraditórios, sempre.
Não seria seu "porto seguro" ainda, mas, poderia tentar ser feliz naquele lugar que nunca deixou-a infeliz.
Quem sabe??
"Quem te conhece não te esquece jamais"

Bjinhos,
Bia Flor