segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Dia cinzento

O telefone toca e ela não atende. Toca mais algumas vezes, mas ela não está afim de falar com quem insiste em ligar.
As coisas mudaram e hoje ela não está para qqualquer pessoa.
A solidão bate, os olhos lagrimejam, o coração aperta e o ar lhe falta.
A vontade é a de sair correndo e saber que quando chegar ao seu destino, ter alguém especial lhe esperando. Mas sabe que isso será em vão.
Os dias se tornaram longos e cansativos. As noites inquietantes e inimigas. Seu corpo já não aguenta mais a cama. Não há sequer um lugar na casa onde ela se sinta bem. Tudo parece sufocante demais para tantos sentimentos contraditórios.
Não se ouve mais suas risadas, não se escuta mais ela cantar e nem os CDs com milhares de músicas, as quais ela tanto gosta, não tocam mais.
Os sapatos estão todos guardados. Quando sai de casa, coloca um tênis e faz um rabo de cavalo no cabelo, isso quando não coloca um boné e pronto.
Não tem mais rímel nos olhos, blush nas bochechas e batom.
A coleção de cílios postiços está intacta. A bonequinha anda completamente sem vaidade.
E o telefone toca novamente e ela não o atende. 
Conta os dias para estar no colo dos pais, acreditando que só lá essa dor e esse desânimo irão passar.
Definitivamente, este lugar já não a pertence mais. Está cansada de tudo e de todos.
Não irá nem sentir saudade do apartamento que já gostou tanto.
Só algo muito novo irá fazê-la voltar a ter cor, vida. Parece que a corda acabou e não tem ninguém para girar o pino.
A bailarina já não dança mais. Fecharam a caixinha de música e como um brinquedo que era novo, ela perdeu a graça. 
A única certeza que ela tem é de que isso irá passar, que hoje foi só um dia ruim e antes de se deitar, vai se perfumar como todos os dias e tentar dormir como uma "princesa" pois se acaso ele vier lhe visitar na madrugada, ou a morte chegar, ela estará pronta e linda.

Bia Flor

Música - It will rain - Bruno Mars

sábado, 7 de janeiro de 2012

Efemeridade permanente

E eles se beijaram!!
Não que ela nunca tivesse pensado nisso, mas não criava expectativa. São amigos, mais virtuais do que reais, mas se conhecem o suficiente, a ponto dela fechar os olhos, e como numa brincadeira de criança, deixá-lo guiá-la.
Momentos mágicos e únicos que acontecem a cada passagem de uma cometa especial. E nem havia feito um pedido a estrela cadente.
Sim, eles se beijaram e não tem uma explicação concreta para o que aconteceu naquele momento.
Se não o "conhecesse" tão "bem", seria mais um cara que não chamaria sua atenção. 
Mas papos longos e sinceros, divertidos e sérios, leves e pesados, os levaram a se tornar amigos. Amigos para qualquer hora, par chorarem os espinhos do coração e rirem de bobeiras que só os dois entendiam.
E isso foi o que fez ela o admirar com tamanha intensidade.
Como dizia Nelson Rodrigues, mais ou menos assim: "Ser bonito não interessa, seja interessante!!" e no caso dele, estes dois atributos se tornaram instigantes, e vocês sabem, ela adora essa palavrinha!
O conteúdo dele fazia-a se sentir como uma criança que presta atenção na melhor historinha que a professora contava na hora da leitura. Nem piscava, e os olhinhos brilhavam!!
E por causas desse brilho nos olhos, eles se beijaram, assim, sem esperar, meio no susto mas totalmente entregues.
E não foi só isso. Parecia que ela voltara a ter 17 anos, qaundo saia com um "namoradinho" escondido dos pais e iam namorar na porta da igreja. 
E eles foram "namorar" no lugar mais encantador daquela cidade.
Sentou-se no muro e com todo cuidado, ele a "cortejava".
Falaram besteiras, já que a "duplinha" sempre foi pouco debochada e riram até o telefone tocar e ela ter que virar abóbora!
E aconteceu de novo. Se encontraram, mas dessa vez, o coração dela já batia um tanto mais acelerado. E ficaram sozinhos, conversando da mesma forma de sempre. Coisas engraçadas, fúteis e sérias. Um assunto sem fim, que ia se emendando um ao outro naturalmente. E ela se encantava mais e mais!
E se beijaram novamente!
E foram "namorar" no mesmo lugar. Sentou-se no muro e a horas passavam sem que percebessem.
E ela subiu no muro e de mãos dadas, ela confiou nele para se equilibrar, como nas brincadeiras de corda bamba. E cada detalhe simples ia a encantando e fazendo admirá-lo mais ainda. Se é que isso seria possível.
Até nas contradições eles se davam bem.
Coisa de alma? Vai saber...
E correram na chuva e se beijaram na chuva, se abraçaram como se ele estivesse a acolhendo. E isso tudo, tão inesperado, raro e simples fazia ela acreditar que "tudo vale a pena qaundo a alma não é pequena".
Mas essa é mais uma "história" que não teve um final feliz, não feliz da maneira que ela gostaria que fosse. Pois, não era como "Eduardo e Mônica". A vontade que crescia era unilateral. Coisas da vida!
Serão amigos p sempre, isso que importa! Mas ela ainda pensa nele mais do que deveria. Isso também passa!
Só que esses momentos raros e simples valem mais do que uma paixão ardente. A leveza de todo o processo trouxe uma paz momentânea e a sensação de estar segura, protegida ao lado dele.
Sensações intensas mas que são quase impossíveis de se expressar por meio de palavras!

"I'll never fade away because of you (...) so hard you can't explain. Here I go again" 

Bjos,

Bia Flor 

Música - Ask2Quit feat. Colonel Red - Got Me Going Over