quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Faça isso novamente

Foi como se o tempo tivesse parado naqueles dias frios, mas nem tão frios assim. 
Fato é que eu não me lembro bem a estação, mas me lembro das roupas que usamos desde quando nos conhecemos. 
Se isso importa? Mas é claro que importa! Eu consigo me lembrar de detalhes marcantes e importantes que eu vivi, justamente, por causa da roupa que eu estava usando no dia. Tem até nome para isso: síndrome da super memória, mas como eu sou cheia de "nove horas", pode chamar de "Hipertimesia".

Eu procurei até as fotos que tirei aquele dia, talvez, por achar que você poderia estar em alguma delas. Não encontrei aquelas fotos, mas, como nada é por acaso, encontrei fotos suas, que você me enviou e nem fazia ideia que as tinha, afinal, também não me recordo de que roupa eu usava quando você as me enviou. É assim que funciona a minha memória, sem roupas, sem lembranças. Isso ficou estranho?!

Foram meses e postagens tentando te encontrar. Parecia que alguma coisa bem lá no fundo me pedisse isso, era como se me espezinhasse e até fazia falta ar. Eu tinha uma esperançazinha de que você ainda viesse procurar saber da Bia Flor, mas quase ninguém faz mais isso. Quem ainda lê blogs?
Os podcasts acabaram com os blogs o que é um absurdo, porque ainda escrevo aqui, e todas nós ainda existimos, hora mais cândidas, outras mais despudoradas. 
Lá na Suíça eles leem, se isso serve de incentivo. Talvez pelo fato de lá ser frio, e aqui, de vez em quando, dar uma esquentada boa! 

Então, presumamos que aqui ainda tenha bastante audiência e os leitores assíduos precisem de uma resposta no que diz respeito ao paradeiro do meu Harvey workaholic. Meu Alex Turner couture. Meu Ryan Merchant macho alfa tóxico, adepto do patriarcado sórdido que fizeram as mulheres submissas e escravas do lar (contém ironia).  Adoro pronomes possessivos!

OUI! JE L'AI TROUVÉ! E foi SENSACIONAL!

Claro, quem conhece Bia Flor sabe bem que isso a deixou mais instigada ainda, e quando os sentidos se aguçam, eis que surgem os desejos, as vontades e na estação predileta dela, isso fica muito mais inevitável. 
As lembranças se tornam mais nítidas e algumas chegam a ser palpáveis. 
Consegue, um pouco distante, sentir o perfume e odores que aquele lugar tinha quando eles se encontravam. 
O gosto do vinho misturado com cigarro (deselegante ela) e saliva quando se beijavam intensamente. Até morde os lábios como se estivesse realmente o beijando agora, o que não seria má ideia. 
Os dois se enroscavam, se apertavam, se envolviam de tal maneira, que seus corpos se tornavam um só. A troca de energia era mágica o que resultava num carinho mútuo e combinado. As sensações e sentimentos eram contraditórios, pareciam despudorados e artificiais, mas tinham tanta entrega que fazia o coração dela acelerar de tesão e emoção, e ela se sentia pertencente à você e se tornava até, ingenuamente, única e privilegiada. 

Não se sabem como, nem o porque de ter acabado naquela época, porém agora sabem onde se encontrarem... E você, faça o texto, afinal, ela não gastou esse latim à toa! 

"
And just then
I heard something in transcend
I couldn't stop myself for dancing 
To a song that went just like this 
Take back the track
I wanna hear again 
Take back the track 
Do it again"

Bia Flor 

Músca: Take back the track - The Magic Gang