terça-feira, 26 de novembro de 2013

Pressa tempestiva

Tenho pressa, não a pressa do "time is money", mas a pressa de ter visto o tempo passar e necessitar colocar as "coisas" em dia. Acredito que dormi num ponto da história e parece que passou uma eternidade em apenas meros segundos. O coelho e seu relógio, o chapeleiro e seu convite para mais um chá e, nesse meio tempo, meio que Alice me possuiu. 
Acordei a tempo da contradança final, antes das cortinas se fecharem e fazer a minha reverência perante aos aplausos do público. 
Deu até tempo de receber flores, não as de uma coroa, que coloca um fim no enredo da história, mas um bouquet de alguém que talvez não me lembre.
E acordei de um jeito que as princesas sonsas não acordam. Talvez, do jeito de Jezabel, Madeleine, Jessica, Rosemary, ou todas elas juntas, num mesmo compasso, acordando de maneira sincronizada e sentindo o sangue pulsando no corpo inteiro. Aquela vontade louca de explodir como um meteóro destruidor. 
Cansei de fofices, isso tem me nauseado desde que acordei. A meiguice e delicadeza ficaram no mundo onírico junto com outros devaneios de bonequinha enjoativa. 
O que eu quero agora é deixar de lado o laço e meter a liga. Sair do palco e ir para o backstage. Tudo low profile! O inverso do que ela era. Viver a sordidez efêmera e "amnesiática". 
Admirar o que todos admiram e só eu possuo. A companheira dos bastidores, que escuta os gritos histéricos, os choros fanáticos e apenas observa. Que vê os cartazes e cartas com carinhas e corações e guarda tudo num bau esquecível, enquanto vai sentindo o gosto do beijo quente e despudorado do ser desejado até quase morrer asfixiada. 
Acordei a tempo de beber algo forte, aumentar o volume e girar, girar, girar insanamente até chegar no mundo do delírio, aquele mundo que ninguém entra sem permissão. 
E tudo isso em cima de um salto 15, um batom vermelho, as unhas pretas, descabelada, com olhar "diabólico" e um sorriso sarcástico de tudo que é patético e lastimável!
Fica, vai ter álcool, eu vicio e você gosta!! 

Bia Flor

"Now that you know I'm trapped
Sense of elation
You'll never dream of breaking this fixation
You squeeze the life out of me
(...)
You will suck the life out of me"

Música - Time is Running out - Muse 

4 comentários:

  1. Vivamos pois! Eis que não podemos nos perder na morbidez da vida, nem sequer nos prender na sobriedade dos atos "morais". Vivamos sim, mas da maneira que nos faz feliz!
    Lindo teu texto!

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  2. Obrigada, Guto!! Não havia visto seu comentário!! Retardatária mode on!! Bjooos e visite sempre!! ;)

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