sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Virtualidade real

E às vezes bate uma saudade de coisas que há tempos não se vive, mas sabe-se, ela irá vivê-las novamente.
Saudades de sentir o frio na barriga num primeiro encontro. Em tempos tão modernos, encontrar alguém que nunca se viu pessoalmente é tão normal, e fazer novas amizades e até viver um amor de verão ou inverno ou até "eterno", quem sabe...
Aquela ansiedade gostosa. Mil perguntas na cabeça. Que roupa colocar? Que perfume passar? Que sapato usar? Qual tipo de maquiagem? Onde será que irão? Será que ele vai gostar dela? 
Conversam tanto, e é sempre por acaso que conhece alguém assim. Alguns amigos em comum, um parente próximo e pronto, fotos que atraem numa primeira vista. 
E a partir daí a curiosidade rola solta! Ela viaaaaaaaaaaaaaaja! 
E passam horas a fio se falando, se "conhecendo", se interessando. E a imaginação consegue atravessar até um oceano inteirinho ou, não tão longe assim, um estado todo. 
Ficaram perto por tantos anos e foram se interessar logo qdo estavam distantes. 
Karma! Essa bonequinha tem este estigma da distância.
Há quem afirme que isso não dá certo, mas ela defende com ganho de causa que dá mtooo certo. Sempre dá! 
E dessa vez parece que não está sendo tããão diferente assim. 
Ela por acaso o viu, algo chamou a atenção numa primeira olhada e a curiosidade... Ah, essa curiosidade! A curiosidade fez com que ela arriscasse, tomasse uma atitude e corresse um risco. O risco de não agradar. Se não agradar do jeito que ela pretende, tem certeza de que agradará de outra maneira. E se nada disso der certo, FODA-SE! Pelo menos ela não ira dormir com vontade.
E começa tudo de novo. Aquela expectativa inevitável de se conhecerem o mais breve possível. O dilema das mil roupas e cinco mil sapatos. Se arrisca o mais ou o menos. O espelho como melhor amigo p criar diálogos infindáveis. As caras e bocas. O cabelo. Onde será que irão? A trilha sonora perfeita p incentivar. Um ensaio minimalista! E isso vai se repetindo di-a-ri-a-men-te, até chegar o bendito dia. Parece que se passa horas por conta disso e contradizendo a tudo, jura não criar expectativas. Auto sabotagem das mais descaradas. 
Não tem jeito, ela é Bia Flor, suuuuuuper detalhista! 
Ajeitar a postura, cruzar as pernas, o que fazer com as mãos que parecem sobrar em determinados momentos. Tantos detalhes... Tantas coisas p se lembrar...
E no final ela sabe que nada disse vai dar certo.
O primeiro "Oi" vai sair quase mudo. Ela vai tropeçar, vai gaguejar, suas mãos irão suar, a respiração vai ficar descompassada e os ensaios tão perfeitinhos irão por água a baixo. 
É bem provável que tenha um "bad hair day", vai cismar que a cor do esmalte não era beeeeeeeeeeem aquela que ela queria, enfim... um desastre total, pior que Hiroshima. Exageraaaaaaaaaaada!!! 
Ou então, vai sair tudo tão perfeito que é bem capaz dela pedir a ele para que a belisque. Não duvide, depois de alguns drinks, hahahaha... Conheço Bia Flor, mtooo bem! 
Uma coisa é certa, ela vai ficar nervosa e vai disparar a falar, então bonitinho, não tenha medo de dizer a ela: "cala a boca e me beija". 

Beijos
Bia Flor 

Música - Do What We Do - Artful & Ridney feat. Aaron James Cashell

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